quinta-feira, 2 de abril de 2009

Imazon, Fase e Cikel acusados de fraude

Por Carlos Mendes

O Imazon e a Fase apresentaram semana passada em Portel o diagnóstico socioeconômico encomendado pela madeireira Cikel acerca da situação fundiária e ambiental das famílias de populações que vivem, há mais de um século nas terras vendidas pelo Instituto de Terras do Pará (Iterpa), em 1976, à empresa ABC Agropecuária S/A.
Segundo o advogado Ismael Moraes, que defende as famílias ribeirinhas, o diagnóstico "é apenas mais uma fraude comprada pela madeireira Cikel, assim como é seu selo verde, assim como foi comprado um inquérito policial que indiciou as famílias como invasoras de terras, assim como é toda a documentação de propriedade expedida pelo Iterpa.
O diagnóstico, diz Ismael Moraes, suprime e desconsidera a existência não de algumas famílias, mas de comunidades inteiras constatação que, segundo suas palavras, é compartilhada pelos secretários municipais do município de Portel responsáveis pelo acompanhamento do assunto, inclusive o de Meio Ambiente.
Um dos autores da "atual fraude", acusa o advogado, é o pesquisador Paulo Amaral, que em 2003, "em nome do Imazon, tentou aliciar as famílias, prometendo a aprovação de projetos de manejo comunitários caso assinassem contratos de comodato que entregavam as posses das terras à empresa ABC". Afirma também que, após serem flagrados, eles (o Imazon) "desapareceram, reaparecendo agora". Até o momento, o advogado não possui nenhuma versão assinada do diagnóstico, mas afirma que assim que estiver de posse de alguma "imediatamente proporá ação indenizatória contra o Imazon e a Fase em nome das famílias excluídas como se não existissem".

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